O profeta Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos. De uma feita, deitou-se ele sob um zimbro e, de tão desfalecido, queixou-se fortemente contra Deus, pedindo que este a matasse. Embora fosse profeta, Elias era também um homem, como nós, cheio de fraquezas e pecador.
Apenas havia uma coisa pela qual Elias se tornou um exemplo para nós: ele era um homem de fé. Mesmo tendo fraquezas e falhas, quando tocava Deus, Elias dessa mesma fraqueza tirava força. A fé era o seu segredo.
Certa vez, após os céus haverem-se fechado por longo tempo, de modo que por anos não chovia em Israel, Elias disse ao rei Acabe que logo cairia abundante chuva. Encurvado, então, para a terra, o profeta meteu o rosto entre os joelhos e disse ao seu moço:
- Sobe e olha para a banda do mar.
Pois foi o moço, e olhou, dizendo ao seu senhor:
- Não há nada!
Nada! A oração de Elias ficara sem reposta, pensaríamos. A julgar por nossa perseverança, logo deixaríamos então de orar, pois Deus não queria mesmo atender.
Mas Elias disse simplesmente:
- Volta.
E lá se foi o moço de novo espiar, á busca de qualquer anúncio de chuva. E nada. Assim foi por sete vezes. Por fim, na sétima vez, o moço relatou:
- Eis que se levanta do mar uma nuvem o pequena como a palma da mão do homem.
Ora, dentro de pouco tempo os céus se fecharam e caiu grande chuva. Deus respondera os rogos do Seu servo.
Na verdade, Elias não era melhor do que nós, mas homem assim como nós. A Bíblia diz que ele "orou em oração" (Tg 5:17 gr.), com grande fervor, crendo ser aquela vontade de Deus para envergonhar a rainha que matara os profetas do Senhor e para vindicar a palavra que Deus dera para Ele falar.
Aprendamos com Elias a encher-nos de ousadia na fé e a meter nossa cabeça entre os joelhos, sem olhar para nossas fraquezas que estão por toda parte, mas aprendendo a "orar em oração". É pela oração que os fracos se fazem fortes.
(Arthur T. Pierson)